É simples assim!

por | ago 9, 2016 | 0 Comentários

Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.” (Lc 6.31)

Um certo homem havia trabalhado a vida toda na construção civil. Finalmente, chegou a aposentadoria. Ele estava aliviado, pois trabalhara pesado durante todos aqueles anos. Não agüentava mais construir casas. Mas o seu patrão pediu-lhe insistentemente que construísse uma última casa. Sob os apelos do chefe, ele consentiu. Contudo, fez um serviço de “segunda”. Não comprou o melhor material, não caprichou nos detalhes, preferiu a velocidade do que a qualidade. Com certeza, aquele não tinha sido um bom trabalho, pois foi feito relaxadamente. A casa era bonita, espaçosa, mas havia sido mal feita. Quando foi até o escritório do chefe para anunciar o término da obra, ele lhe disse com um largo sorriso no rosto: “Quero lhe agradecer por todos esses anos de trabalho e dedicação. Pedi que o senhor construísse essa última casa para lhe presentear com ela. Aqui estão as chaves. A casa é sua!” O construtor estava feliz, mas pensou consigo mesmo: “Se eu soubesse que a casa era para mim…”

Como vive uma pessoa que conhece a Jesus? Elas são reconhecidas pelas roupas que vestem? São identificadas por um linguajar próprio, como cumprimentos do tipo “paz do Senhor”, “graça e paz”, ou simplesmente “paz”? Conhecer a Jesus significa deixar de fumar, beber e de freqüentar festas?

As coisas acima podem integrar a vida de quem teve um encontro com Jesus, com certeza, mas ainda são superficiais demais. Jesus disse que todos os mandamentos são naturalmente cumpridos quando amamos o próximo como a nós mesmos. E o que significa amar ao outro como a mim mesmo? Ora, significa fazer para ele o que eu gostaria que ele fizesse por mim, e nunca fazer contra ele o que eu não gostaria que fizesse contra mim. É simples assim!

Não podemos dizer que conhecemos Jesus enquanto não pisamos nesse chão do amor ao próximo. O apóstolo Tiago disse que a verdadeira religião consiste em cuidar dos órfãos e das viúvas e não se deixar corromper pelo mundo (Tg 1.27). O apóstolo João afirmou que o amor de Deus em nós se expressa em forma de atitudes práticas diante da dificuldade dos irmãos, não apenas em palavras (1Jo 3.16-18). O jejum que Deus deseja é o fim da injustiça, da opressão, a partilha da comida, o abrigo ao desamparado, a roupa ao nu, a ajuda ao necessitado (Is 58.6-7).

Somos cristãos em nada diferentes da nossa geração. Somos filhos do nosso tempo. Não deveríamos nos conformar com este mundo, mas transformar-nos pela renovação das nossas mentes (Rm 12.1-2). Ao invés disso, torcemos a Palavra de Deus para continuarmos vivendo conforme os nossos desejos. Buscamos a Deus porque queremos ser abençoados, tão somente em função de nós mesmos. Fizemos de Deus um “deus” adequado às nossas ambições mais egoístas, materialistas e mesquinhas. Poucos são transformados a ponto de começarem a fazer pelos outros o que gostariam que fizessem por eles. Poucos realmente negam a si mesmos. Poucos abandonam a egolatria, a adoração a si mesmos. Poucos realmente concordam que melhor é dar do que receber. A maioria continua se esquivando como o mestre da lei: “Mas, Senhor, quem é o meu próximo?”(Lc 10.29) É mais fácil discutir o significado do mandamento do que simplesmente ir e fazer. Contudo, a fé verdadeira se efetiva pelo amor (Gl 5.5).

Se você tem ouvidos, ouça!

Daniel Schorn

Pastor luterano há dezoito anos, é casado com a Betina e pai do Nicolas e da Rebeca.

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